domingo, 11 de junho de 2017

Agora.

Por que eu tenho a mania de guardar o meu presente para o futuro? Por que sempre o uso com cuidado, com medo de gastar, de sujar, de quebrar e o poupo para depois? Por que não uso meu presente no presente e insisto em imaginar o quanto vou precisar dele amanhã? Ou então eternizo e guardo em algum lugar do passado... E esqueço que ele foi presente um dia. Que mania é essa, meu Deus? Medo de que tudo possa ser consumido e não restar nada? Por que tanto medo de viver meu presente? Estou enfiando na cabeça que não posso ficar assim, meteorizando o agora. Lançando ele na maior velocidade possível para ser vivido no futuro. Pensamento mesquinho e apegado. As vezes penso que a vida não é minha, só minha. Penso que a minha vida é casualmente protagonizada por mim. As vezes fico no coro reagindo a minha própria encenação. Sem querer assumir... Mas sim, é verdade, nesta história aqui minha filha, você, querendo ou não, é a personagem principal. Viva este agorinha agora mesmo. Já, imediatamente! Rasge o embrulho e consuma tudo, gaste, use e abuse. Presentes são para nosso uso, caso gostemos, senão passe pra alguém. Só não enfie em baixo do travesseiro ou o coloque sobre a estante, olhando fixamente, imaginado se um dia estiver mais magra, mais bronzeada, mais calma, mais isso ou aquilo, possa usar. Se te foi dado, é teu. Não enterre como os cachorrinhos, colecionando coisas para o depois, que você nem sabe se vai chegar.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Vai que?

Se eu for pra lua, vou levar:
Minha bíblia e meu diário da jornada. Meu cachorro, com certeza. Minha máquina fotográfica. Meus vestidos floridos e uma caixa cheia de esmaltes (algodão e acetona inclusive). Sonho de valsa e uma lata de feijoada. Sementes de folhas para salada. COCA COLA!!! Springles de cebola e o dvd da Era do Gelo. Um protetor solar!!! (nunca se sabe). Natura Chronos 45 + e gloss labial. O livro Apologia de Sócrates- O Banquete, que foi presente de meu querido amigo Paulo Constante, que não está mais aqui e que desde a sua partida, volta e meia anda entre minhas coisas. Levo 3 fotografias: minha quando criança, para nunca me esquecer que já fui uma um dia, uma da minha Mel com 5 anos e outra de meu Michael com 17 (não pergunte o porquê). A escritura do meu apartamento, para me lembrar que conquistei algo de valor material na vida. Levo minhas sandálias de dança. Já pensou? Dançar na lua? Binóculos, para tentar avistar as coisas da Terra e outras paisagens que possam haver por lá.  Uma garrafa de vinho. Um cd de Strauss (amo valsas). Levo flores variadas. Um espelho, poemas de Clarice, memórias, um livro de piadas.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Versos Roubados

[E a vida? E a vida o que é... Ela vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito. Nada do que foi será igual ao que gente viu a um segundo. Tudo muda, o tempo todo no mundo.
A vida tem sons que pra gente ouvir, precisa entender que um amor de verdade, é como canção, qualquer coisa assim, que tem seu começo, seu meio e seu fim. 
Preciso descobrir num último momento, um tempo que refaz o que desfez e quando chegar o momento, esse meu sofrimento, vou cobrar com juros, juro. 
Eu desço dessa solidão, espalho coisas sobre um chão de giz e fecho os olhos pra não ver passar o tempo, sinto falta de você.
... É um carinho guardado no cofre de um coração que voou. É um afeto deixado nas veias de um coração que ficou. É a certeza da eterna presença da vida que foi, da vida que vai.
Na madrugada, uma balada soul, um som assim meio que rock'n'roll, só me serve pra lembrar você. Qualquer canção que eu faça, tem  sua cara! Rima rica, jóia rara...Tempestade louca no Saara. O que sou... Onde vou... Tudo em vão... 
Mas é claro que o sol, vai voltar amanhã. É que em cada experiência, se aprende uma lição. Então, pra que chorar? Tem que lutar, não se abater...
Foi Deus que fez a noite e um violão plangente. Foi Deus que fez a gente, somente para amar, Só para amar, só para amar. Foi... Foi Deus!]

domingo, 27 de dezembro de 2015

Vazio

A respiração está curta. 
O cansaço é enorme, no entanto não contei 30 passos no dia.
Sinto meu corpo repleto de dor. Uma dor que entra pelos meus poros.
Os olhos ardem. A vista embaça. Os dedos afinam... Vão-se os anéis...
A aliança se perdeu... Foi-se por uma fresta que não consegui fechar.
A esperança que é a última a morrer, morreu. Enterro um futuro do pretérito. Sepulto mais uma vez um sonho... Um sonho que fiquei desembrulhando aos poucos, voltando ao forno, mudando os recheios... 
Tantas descidas, tantos perigos, tanta atenção, mas o farol falhou aos pouquinhos, até que não restasse uma faisquinha de luz.
O corpo dói como se eu estivesse muito, muito doente. O apetite se vai. As lágrimas encontram outro orifício. Choro na alma, dia e noite. Uma espécie de agonia de morte.
Não encontro rimas, nem versos, nem poesia na minha ausência. Vazio. Eco. Ninguém. A mais absoluta expressão de cárcere. Presa em mim... Nos meus 120 m2 de construção, de um apartamento mudo. 
Sem força para falar. 
Tentando um escape escrevendo. 
Atravesso o mais longo vale dos meus anos...
Só para os fortes, alguém me diz. Fortes? Fortes? 
Deus, me salve! Salva-me deste labirinto, por favor.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Quando você se foi

Pequena observação antes de começar a postagem: Sim, há 3 anos meu blog adormeceu... Acho que ele se furou numa roca de fiar e caiu em sono profundo. No entanto, como nada é para sempre, hoje ele desperta. Não com um beijo de príncipe, mas com a dor dilacerante, da partida de meu príncipe... Até o dia, que nos encontraremos novamente, "no tempo da delicadeza, onde não diremos nada, nada aconteceu, apenas seguirei como encantada, ao lado teu..."





Era sábado. Uma manhã calma e havia um conflito no céu. As nuvens tentando encobrir o azul, mas o azul venceu. Todos despertaram cedo neste dia mas eu, como a primogênita da manhã, já havia posto cada coisa em seu lugar. Já havia passado toda tua roupa e elas,sobre a mesa, esperavam você abrir a porta de seu quarto, respeitando sua manhã de sono. 
Estava recostada no sofá da sala, quando você passou por mim, sem camisa, a pele tenra, jovem, poucos pelos no peito e alguns mais no rosto, que indicavam, como num rito de passagem, sua transformação num jovem homem. Naqueles segundos, fiquei te admirando e te desejava em meu colo... Fiz um gesto, com o dedo indicador te chamando e você veio até mim, ainda meio resistente pelo sono. Dei-te beijos no pescoço e cochichei em seu ouvido: Eu te amo. Menino de poucas palavras, retribuiu minha declaração de amor com um pequeno beijo em meu rosto. 
Convidei você para dar um passeio em família, na feira livre, comprar hortaliças e comer pastel. Por um minuto, achei você aceitaria. Você chegou a titubear, quase disse um sim, quase... Mas o sol radiante lá fora, a sua juventude e seu espírito de aventura foram mais convincentes e sedutores que meu convite e você disse não... Ouvi em viva voz seu arranjo para aquela manhã, absolutamente linda! 
Já era quase uma da tarde. Todos haviam saído. Eu com Catarina em meus braços, na sala, em estado de gratidão, fiquei sonhando com a casa cheia de "catarinas". Sonhei com teus filhos naquela hora... Por aproximadamente meia hora, estive em contemplação, com aquela bebezinha linda em meu colo,só pensava o quanto era agraciada por Deus... 
De repente, assim, como um despertar de sonho, o interfone toca. A voz de um estranho do outro lado e tudo, daquele momento em diante, mudou. 
Você desceu, em pura emoção e adrenalina, numa velocidade impressionante. 

Você voou tão alto, tão alto, que subiu para não voltar mais. 

Meu príncipe, meu menino lindo, meu homem admirável, meu anjo.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Começa mais um ano. Mais um. Graças a Deus! 2012 certamente foi um ano de transição. Ah, melhor nem começar a relatar as mudanças, mas sério mesmo, foram MUITAS. Sumi do blog. Minha inspiração, meu desejo de poetizar, minhas histórias fugiram de mim.O ano acabou e não escrevi nenhuma mensagem, crítica ou desabafo. Na verdade nem sabia o que escrever e por isso não tive vontade de fazer força pra isso. Despedi do ano velho trabalhando minha frustração com o tempo que vem se apresentando de forma muito contundente. Não sou capaz de escrever mais sem óculos. Óculos comprados numa banca, preciso urgentemente de um oftalmo. E isso é só um detalhe no meio de muitos outros que vem sorrateiramente confirmar minha idade. É cruel, mas faz parte...  Tudo bem, estou bem conformada agora. Não tenho a menor ideia do que vai acontecer no ano que se inicia, apenas faço votos que sejam coisas boas, embora coisas boas não sejam possíveis o tempo todo. Então, estava tomando banho, pensando nas coisas pelas quais não poderia viver sem. Deus. Não vivo sem me relacionar com Deus, isso é absolutamente inegociável e graças a Deus, isso ninguém pode me tirar. Não abro mão do meu maridão. Cuido mesmo. Banho ele de amor, pelo menos eu tento... Sem meu rímel! Não saio de casa sem ele. Seria então: Deus, marido e rímel. Aí pensei:  Só isso? Você não se sente uma idiota relacionando esses três itens? Na verdade sim, mas, diante do contexto da vida... Veja bem: Saúde. A gente pode estar atento, tomar mil e um cuidados com o corpo, mas, se, de repente meu corpo pirar, vou fazer o que? (Isso não significa que abro mão da alimentação saudável, exercícios e ácido linoleico); Amigos. Também procuro cuidar deles, no entanto, gente é uma coisa complicada e prefiro não falar do comportamento repudiável de alguns deles. Apesar dos pesares, continuo sendo uma boa e fiel amiga;  Filhos. Ah, esses não me pertencem mais! É duro demais vê-los crescer sem avisarem onde vão ou darem um telefonema pra avisar a que horas chegam. Já desisti;  Família. Essa tá sempre ali, pelo menos a minha. Cais de porto;  Paz é algo que não depende de  mim igualmente.O que faço é controlar a TPM; Dinheiro? Ahahahaha menos ainda. Trabalho duro, planejo meus gastos, mas, tudo pode acontecer... Então, se eu tiver minha  fé, bem fortalecida, meu adorável companheiro ao meu lado e um bom rímel para um up no olhar, seja nos dias de alegria ou de tristeza, tá valendo! Começa 2013 e traga aquilo que quiser, estou aqui, disposta pra viver.


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Errata

Queridos amigos da lista de leitura,

Estou em guerra com este blog. Há mais de ano não postava nada e, quando resolvi voltar a postar, encontrei uma interface diferente e que me confunde.Tudo bem que ando em fase de mudanças, tentando mudar iclusive o template deste blog, no entanto, ninguém merece ficar recebendo todas as minhas tentativas por aqui!  Meus textos estão sendo publicados  quando quero apenas salvá-los em rescunho ou tento editá-los. Estou escrevendo para pedir desculpas, pois, também não consigo encontrar o recurso de desativar as postagens que vão por email... Sintam-se a vontade de entrarem e cancelarem a assinatura, uma vez que estou, arduamente, tentando não pertubar a caixa postal de todos vocês!

Beijos e abraços!